Coquetel marca abertura de exposição sobre trabalho escravo em shopping
Representantes de diversos órgãos públicos e de entidades da sociedade civil organizada participaram na noite dessa quarta-feira (31/01) da solenidade de abertura da exposição “Realidade Oculta – Revelando o trabalho escravo no Brasil” no Salvador Shopping.
São 16 painéis contendo fotos, textos e mapas e que revelam um pouco das ações de combate ao trabalho escravo no Brasil e mais especificamente na Bahia. A exposição fica no Espaço Gourmet do centro de compras até o próximo dia 15/02, quando deverá seguir para outros pontos do estado.
Para o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho na Bahia, Luís Carneiro, presente ao evento, “a chaga do trabalho escravo é um mal que toda a sociedade brasileira precisa combater de maneira decidida, com fiscalização intensa e medidas judiciais firmes.” Ele lembrou que a iniciativa da exposição é da Comissão Estadual de Combate ao Trabalho Escravo (Coetrae-Bahia) e que contou com recursos de ação de execução de TAC movida pelo MPT para custear a impressão dos painéis. Outros integrantes da Coetrae, como o Sindicato dos Auditores-Fiscais do Trabalho da Bahia (Safiteba) também contribuíram financeiramente com a realização do evento.
Na solenidade de abertura também estiveram presentes a superintendente regional do trabalho, Gerta Fahel, o secretário estadual da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, a também secretária do Trabalho, Emprego e Renda do Estado, Olívia Santana, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Marcelino Galo, além de representantes de instituições que integram a Coetrae, como a ONG Avante, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal, e o grupo Geografar, da Ufba, além do MPT e do Safiteba, que foi representado por sua presidente, a auditora Lidiane Barros.
A exposição – O visitante que for conferir a mostra poderá ver imagens fortes que retratam a situação de degradância a que são submetidos cerca de 150 mil trabalhadores em todo o Brasil. As imagens são de auditores-fiscais do trabalho, policiais rodoviários federais, que acompanham as operações para garantir a segurança dos agentes públicos, e de servidores de órgãos como o MPT. Há também informações sobre a atuação das forças-tarefas. Um dado alarmante é o que aponta a Bahia como um dos estados com maior número de casos de resgate de trabalhadores, com as ocorrências apresentadas num mapa que indica a região oeste como o principal foco de ocorrências desse tipo.
O acervo é composto por textos e imagens de trabalhadores, incluindo imigrantes e adolescentes. Todos eles submetidos a atividades desgastantes, jornadas de trabalho exaustivas, além de situações de risco à saúde. Os alojamentos são feitos com varas e cobertos com lona, sem água potável e energia, alguns chegam a dormir no curral junto com os animais. As imagens mostram também como os alimentos são armazenados. É possível ver carnes expostas durante dias penduradas em varais, arrodeadas de moscas e outros insetos. Para beber, a mesma água turva que os animais tomam. Acidentes de trabalho e mutilações são outras situações reveladas na exposição.
