Comunidade do Calabar ganha cozinha comunitária paga pelo MPT

A iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia é parte do projeto “Cozinha e Voz” de capacitação de jovens para o mercado de trabalho e já entra imediatamente em funcionamento.

A cozinha industrial completa, com equipamentos e utensílios profissionais, está pronta para receber os 26 alunos do curso, na sede da Associação Comunitária do Calabar, bairro carente de Salvador. A cozinha foi toda reformada com a reversão de recursos de indenizações por danos morais coletivos de acordos firmados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. O espaço vai ser entregue aos alunos, na próxima segunda-feira (22/10), quando começam as aulas de culinária básica, com a presença do procurador-geral do MPT, Ronaldo Fleury.

O projeto “Cozinha e Voz” é fruto de uma parceria do MPT, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Fundação José Silveira. O objetivo é oferecer um caminho de entrada no mercado de trabalho, por meio da introdução a técnicas de culinária básica e da promoção de boas práticas profissionais. As aulas de culinária são coordenadas pela empresária e cozinheira Paola Carosella, que é voluntária do projeto e foi consultora da reforma da cozinha comunitária.

As atividades do curso começaram, há dois meses, com a participação dos alunos em palestras e oficinas multidisciplinares. São 26 jovens da comunidade, entre 19 e 29 anos, divididos em duas turmas. Os alunos tiveram aulas de história, empreendedorismo, dança, corte de cabelo e, ainda, receberam atendimento médico e odontológico. A atriz e poeta Elisa Lucinda esteve à frente da oficina “Versos de Liberdade”, para aproximação da poesia.

Na segunda-feira, começam as aulas práticas de culinária, na nova cozinha da comunidade.  A procuradora regional do MPT na Bahia Virginia Senna diz que também apresentou o projeto a representantes de supermercados e do setor de bares e restaurantes, para encaminhar os jovens ao mercado, ao fim do curso. A proposta do MPT é que a comunidade siga com o projeto, por conta própria, usando o espaço reformado da cozinha e a experiência com o modelo de capacitação profissional.

“A gente está investindo em algo que tem perspectiva de continuidade. A gente quer que esse projeto prossiga e quer implementar em outras comunidades também”, diz a procuradora. Nesse sentido, o MPT na Bahia já começou as conversas com a escola profissionalizante do bloco de carnaval Ilê Aiyê.

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