Representantes de religiões de matriz africana debatem inclusão no MPT

Uma roda de conversa envolvendo representantes de diversos terreiros e estudiosos das religiões de matriz africana debateu na manhã desta segunda-feira (28/01) na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), no Corredor da Vitória, em Salvador, o combate à discriminação.

A chamada intolerância religiosa, que se apresenta de diversas formas, tem fortes reflexos nas relações de trabalho, dificultando o acesso ao mercado de trabalho e a progressão profissional de adeptos dessas religiões. O encontro serviu para discutir formas de combater esse problema que serão incluídas na Política Nacional de Equidade de Gênero Raça e Diversidade.

A coordenadora nacional do Comitê da Diversidade Religiosa do MPT, Edelamare Melo, subprocuradora-geral do trabalho, destacou na abertura do evento que o objetivo era colher das pessoas que vivem mais intensamente o problema da intolerância religiosa elementos para a construção da Política Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do MPT, que tem o objetivo de transformar o ambiente interno do órgão e posteriormente levar essa experiência para paceiros da instituição e por fim para toda a sociedade.

O procurador-chefe do MPT na Bahia, Luis Carneiro, prestigiou o evento. “Podem ter certeza de que o MPT na Bahia está de braços dados com toda a comunidade das religiões de matriz africana para o efetivo combate à discriminação e para que todos tenham oportunidades iguais”, destacou. O evento é promovido pelo Comitê da Diversidade Religiosa do MPT. Através dessas rodas de conversa, o MPT vai traçar o plano para a promoção da diversidade. A Política Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do MPT é gerida por um Comitê que se divide em áreas temáticas – gênero, étnico-racial, LGBTQI+, pessoas com deficiência e idosos, e diversidade religiosa.

“Temos de mover os obstáculos para a inclusão social e produtiva dos afro-religiosos no mundo do trabalho, que são o preconceito, o racismo, a intolerância e a discriminação, e encontrar modos de prevenir e combater tais práticas”, afirmou a Edelamare Melo. Já a mestre em Ciências Sociais Elísia Santos também de religião afro-brasileira, destaca a necessidade de construção de uma agenda positiva que passa pelas relações de trabalho, mas que vai muita além, em todas as esferas da vida social. O babalorixá Alcides Carvalho acredita que “a partir desta ação institucional a gente passa a ter mais possibilidade de aplicação pelo menos da lei, o que já é um avanço frente à realidade atual”.

Elísia Santos, Edelamare Melo e Alcides Carvalho
Elísia Santos, Edelamare Melo e Alcides Carvalho

 

O procurador-chefe Luís Carneiro prestigiou o evento
O procurador-chefe Luís Carneiro prestigiou o evento
A roda de conversa reuniu representantes de diversos terreiros
A roda de conversa reuniu representantes de diversos terreiros

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