“Não podemos confiar a vida só aos EPIs”, alerta auditor do trabalho

O alerta para a necessidade de criar uma nova mentalidade de prevenção de acidentes e de adoecimento nas atividades profissionais foi a tônica do painel realizado na manhã desta quinta-feira (21/04) na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, com o tema “Acidente de Trabalho – Evento Evitável”.

Não podemos confiar a vida do trabalhador só aos equipamentos de proteção individual. Prevenção de acidentes requer uma série de medidas preventivas e complementares”, afirmou o auditor e chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, Flávio Nunes.

O evento contou com a participação de representantes de órgãos que atuam no equilíbrio das relações de trabalho e integrou a programação do Abril Verde, mês dedicado a ações de alerta para a necessidade de diminuir os acidentes laborais. No evento também aconteceu o lançamento do livro “Meio Século de Segurança e Saúde No Trabalho”, que conta a história da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) desde a sua criação, há 50 anos, e fala sobre a importância da instituição, que é a única no ramo de pesquisas sobre as áreas de segurança e saúde do trabalhador.

Durante o debate foi discutido a conscientização dos trabalhadores e das empresas sobre a segurança no trabalho e a importância de se oferecer um ambiente sem riscos aos empregados. O painel contou com a presença do procurador-chefe do MPT na Bahia, Alberto Balazeiro, , da superintendente regional do trabalho na Bahia, Gerta Fahel, e da chefe da Fundacentro na Bahia, Cristina Argiles Sanches.  

Durante a sua apresentação, o auditor do trabalho Flávio Nunes falou sobre a importância de se oferecer condições adequadas de trabalho para os empregados. Ele ainda ressaltou que “o erro é não oferecer ambientes adequados de trabalho ao empregado”. Ele destacou também a necessidade do planejamento no ambiente de trabalho. “Com planejamento, os acidentes de trabalho são evitáveis, com improviso não”, ressaltou Nunes.

O auditor-fiscal do trabalho trouxe ainda para debate o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e falou que “o uso desses equipamentos não evita acidentes de trabalho, eles servem para minimizar as suas consequências”. Flávio disse também que é preciso adotar medidas de prevenção nos ambientes de trabalho e não só culpar os EPIs, ou o uso errado deles, pelos acidentes laborais.

A chefe do Fundacentro ressaltou durante a sua apresentação que “um acidente de trabalho tem um custo altíssimo para a sociedade em diversos sentidos”. Durante as palestras, o procurador-chefe do MPT na Bahia salientou que “é preciso reforçar o compromisso com a segurança do trabalho no Brasil, não só durante o Abril Verde, mas durante todo o ano”. Balazeiro ainda lembrou o caso do trabalhador que arriscava a vida ao se lançar sobre uma rede de proteção. “A vida do trabalhador é mais importante que a sua profissão”, concluiu o procurador-chefe.

Flávio Nunes, Alberto Balazeiro, Gerta Fahel e Cristina Sanches
Flávio Nunes, Alberto Balazeiro, Gerta Fahel e Cristina Sanches

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